15.12.06

...um relato de cabeça-quente



Covardia contagia – Mediocridade mata


Olá Lista, Colegas e Amigos


Não sei se vcs estão sabendo o que ocorreu comigo nessa última terça-feira, quando estava prestes à defender minha Banca de Graduação.

Ainda estou muito chateado pois tive minha banca cancelada por motivos torpes e todo meu investimento em trabalho, tempo, dedicação, reflexão, etc, foi sumariamente jogado no lixo.

Bem, na terça de manhã fui, assim como os outros graduandos, montar meu trabalho na entrada da Pinacoteca. Prendi as minhas 38 caixas-pretas de MDF nas paredes com fita-banana, com todo o cuidado e bem alinhadas da maneira que havia planejado. Depois de tudo pronto saí para almoçar e depois pegar o texto para a banca que havia mandado encadernar. Nisso me liga a Sol, minha namorada, que estava assistindo a banca da colega Dania, que acontecia ao lado do meu espaço, falando que as caixas estavam caindo da parede. Disse que deixasse assim que eu já estava chegando e daria um jeito. Às 15 horas me liga minha orientadora, Nilza Haertel da Serigrafia, dizendo que várias caixas haviam caído durante a defesa da Dania, ao qual ela participava como membro da banca e que isso tinha causado má impressão... Disse novamente que estava chegando e resolveria esse problema.
O que aconteceu foi que a referida professora simplesmente deu pra trás e me disse que se cancelasse a banca.
Fiquei super contrariado porque tinha muita confiança na qualidade do meu trabalho, que venho desenvolvendo desde o início do ano e que aborda uma nova técnica de gravura/fotografia (vejam no site que criei em
http://ruriak.googlepages.com ). Ela me disse que tinha causado uma má impressão a queda das minhas caixas, o que respondi que era ainda apenas 15:30 e minha banca começava as 17 horas, que tinha muito tempo para prendê-las à parede, inclusive com uma nova fita siliconada que a Dania havia me emprestado, que a parede tinha sido recém pintada depois da banca de uma aluna (que fez mias de mil furos nsa paredes que eu estava usando) e devia estar um tanto fresca e por isso as fitas não aderiam suficientemente, que isso não era desculpa para cancelar minha banca quando eu estava com tudo pronto e desejando ser avaliado.

'Ela me mostrou então o texto de uma colega que estava encadernado com capa dura, cento e poucas páginas, enquanto que o meu tinha 30 p. em encadernação térmica transparente simples. Eu disse que não tinha dinheiro para investir nessas coisas e o que importava realmente era o que estava dentro e a qualidade do meu trabalho final. Na real não estava totalmente satisfeito com meu texto pois havia me dedicado mais à parte prática do que ao blábláblá. Que tinha muitos questionamentos que não tive tempo de colocar no papel, mas que isso sempre irá acontecer, porque nosso trabalho está sempre em evolução, não pára nunca e nunca vamos ter um texto final para ele!

Meu trabalho era bom e maduro e isso é o que deveria importar mais numa banca de graduação de uma ênfase prática. Ela disse que eu havia entregado a versão final apenas um dia antes da banca o que respondi que o texto era praticamente o mesmo que eu havia entregue em mãos para os membros da banca um mês e meio antes. Aí ela veio com o argumento de que eu seria prejudicado na nota final, etc. Isso foi um golpe baixo pois eu sabia que meu trabalho mereceria uma nota A. Nunca dei bola para as notas no IA, mas a nota final é importante, quase todo mundo se forma no IA com a nota máxima (inclusive trabalhos que a gente sabe que talvez não mereceriam) e se vc vai querer pegar um mestrado depois vai ficar meio maus um B na nota final.

O QUE ACONTECEU É QUE FUI PRÉ-JULGADO E PRÉ-CONCEITUADO ANTES DE FAZER A MINHA BANCA. COMPARADO COM OUTRO TRABALHO E PRODUÇÃO QUE NÃO TINHA NADA HAVER COM O MEU E NÃO TIVE MEU TRABALHO AVALIADO COMO MERECIA!!!


Me sinto absolutamente injustiçado e desolado, pois terei que fazer uma banca no semestre que vem (com certeza com um orientador que entenda meu trabalho) e esse trabalho ficará morto no limbo!
Falo isso tudo para que vcs tomem muito cuidado com as pessoas que pegam como orientadores e certos membros da banca, que sejam firmes em seus propósitos e não se deixem levar por ameaças. Falo isso para acusar um ato de desrespeito com o trabalho artístico de um aluno que não é nem melhor nem pior de muitos outros que se formam na Instituição e que por motivos além de seu controle e que poderiam ser facilmente sanados ou revertidos, teve seu processo amputado, de uma maneira que nunca aconteceu antes. Inclusive outros professores que passaram pela sala (não vou citar nomes) não entenderam nada do porquê minha banca deveria ser cancelada por motivos tão pequenos.

Bem é isso… vou escrever uma carta para a direção do IA relatando esses fatos de uma maneira bem objetiva (não escrevi ainda porque estou muito envolvido emocionalmente pelo ocorrido) para que conste minha versão, e vou mandar também uma carta para minha (ex)-orientadora e os dois membros da banca (a profa. Blanca, que estava participando da banca antes da minha e se mancomunou com a Nilza para cancelar a minha banca; e o prof. Gabriel Netto que não entendeu nada e ficou indignado com uma tomada de decisão ao qual não foi consultado e que achava que meu trabalho tinha todo o direito de ser avaliado).


É isso, obrigado pela paciência e desculpem-me pelo testamento!
Abração

Rodrigo


PS: seguem, em cima, duas imagens que tirei enquando desmontava o circo na Pinacoteca... em uma delas dá até pra ver pedaços da parede que cairam junto com as caixas-pretas...

Um comentário:

Anônimo disse...

Putz Rodrigo, como é que fizeram isso contigo??? Nem sei o que pensar...cancelarem a tua banca parece ter sido um ato de futilidade.

um abraço,
Lourenço!