30.5.03

selo sete


terá que fechar
a terra em feixes
de mileumanoites

não terá tempo
(a terra terrará os peixes)
de fechar as carafeias
dos oce-anos

parafuso contuso
aparecerá no encerramento
dos fusos
paracelsos nas cadeiras cativas
adiantarão os vão-vem do pêndulo
e os bebês berbes ming
trarão os obuses
(serrarão as cruzes)
paralelamente ao bacanal em fascículos
as moiras cuspirão milhares
de calcanhares aquilinos
e os sinos serão os silos
e os silos serão os sinos

silogismos sismos d’era
ondas prata em noite negra
(no cabo das tormentas)




os olhos abertos foram cinco dedos estes
riscos e os olhos não eram veros
para no véu do azul
saquei que o mundo é triste este a imagem não
olhar para o vero
é loucura
ela inventou isso ela é arranha-céu
as paredes choram com rócio da vida
mesmo electricamente
baleia branca e cheia de esporas ela mata os dias
alimentar o súcubo de cérebro cerrado
não é miséria humana isto?
bah bah bah! palavras de baleias estas e
batem em direção à correnteza dos padres batinados
em meio ao medo em meio ao medo
bah bah bah! leve essa pureza ao inferno!
o medo rochedo não pode ser o vero:
véu de azul desvela e venta o barco
DIX Q DIX
XXII



mesmo que o medo transpareça em teu receio
e que esta maravilha fique incógnita como
metade das histórias que ouvimos conquistar,
ela recebe os fluídos, ela merece as pêras,
ela vinga os inconclusos! quem diria, no meio
do ocidente, entre pigarras e sencientes merdas,
adormecidos, como tangos cubanos (existe isso),
quando tudo parecia derruir...

eu, outro merda inconcluso, bêbado, vendo o medo
e o amor sem jeito do murmúrio,
espetando o último que veja meus olhos, pecava no
tempo em que todos medravam! aqui eles me vejam!
que o vinho seja abundante! que a merda não cheire
muito! nessa serena alvorada Cartola benção finimundi:
mesmo que o medo transpareça em teu receio ela veja
e perceba que a verdade não é minha roupa, que vero
desapercebido reencontro: